quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Hipertexto é qual o caminho que percorremos nesse labirinto chamado leitura.
Hipertexto é o termo que remete a um texto em formato digital, ao qual se agregam outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos, palavras, imagens ou sons, cujo acesso se dá através de referências específicas denominadas hiperlinks, ou simplesmente links. Esses links ocorrem na forma de termos destacados no corpo de texto principal, ícones gráficos ou imagens e têm a função de interconectar os diversos conjuntos de informação, oferecendo acesso sob demanda as informações que estendem ou complementam o texto principal. O sistema de hipertexto mais conhecido atualmente é a World Wide Web, no entanto a Internet não é o único suporte onde este modelo de organização da informação e produção textual se manifesta.
Atualmente a palavra hipertexto tem sido em geral aceita para textos ramificados e responsivos, mas muito menos usada é a palavra correspondente "hipermídia", que significa ramificações complexas e gráficos, filmes e sons responsivos - assim como texto. Em lugar dela usa-se o estranho termo "multimídia interativa", quatro sílabas mais longas, e que não expressa à idéia de hipertexto estendido.
Embora alguns autores julguem desnecessários, acredito ser razoável indagar-se sobre a presença do hipertexto no domínio das atividades escolares, particularmente no que se refere às práticas da escrita. Imagino, inclusive, que podemos tomar o hipertexto como um bom momento para rever a questão mais ampla do papel da escola no letramento e a função do computador no ensino. Pois, tal como observam Cynthia Selfe e Susan Hilligoss (1994, p. 1), o computador mudou nossa maneira de ler, construir e interpretar textos e mostrou que não há formas naturais de produção textual e leitura (p. 5). Trata-se de um caso importante para se analisar como tecnologia e cultura interagem de forma sistemática e significativa para interferir nas práticas de escrita. Não está claro ainda como desenvolver uma política de letramento acoplada a uma nova tecnologia de modo culturalmente sensível. Pois, como observa Paul LeBlanc (1994, p. 22), tanto a tecnologia como o letramento estão imbuídos de conflitos ideológicos, modelados por forças da economia, história e política. É claro que a entrada do computador e a escolha dos programas acarretará a introdução de determinados modelos de letramento e a exclusão de outros. O perigo não mora no instrumento nem na tecnologia, mas no seu uso que não deve tornar-se o foco do ensino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário